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Mudanças Climáticas

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O QUE SÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Quando o aquecimento global foi detectado, alguns cientistas ainda acreditavam que o fenômeno poderia ser causado por eventos naturais, como a erupção de vulcões, aumento ou diminuição da atividade solar e movimento dos continentes. Porém, com o avanço da ciência, ficou provado que as atividades humanas são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas que já vêm deixando vítimas por todo o planeta. Hoje não resta dúvida. O homem é o principal responsável por este problema. E é ele que precisa encontrar soluções urgentes para evitar grandes catástrofes.

Com a revolução industrial, o carbono estocado durante milhares de anos na forma de carvão mineral, petróleo e gás natural passou a ser queimado. Somente no último século, a temperatura da Terra aumentou em 0,7º C. Parece pouco, mas este aquecimento já está alterando o clima em todo o planeta. As grandes massas de gelo começam a derreter, aumentando o nível médio do mar, ameaçando as ilhas oceânicas e as zonas costeiras. Furacões ficam mais intensos e destrutivos. Temperaturas mínimas ficam mais altas, enchentes e secas, mais fortes e regiões com
escassez de água, como o semi-árido, viram desertos.

 

REAÇÃO MUNDIAL

A preocupação com as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global levou à criação, em 1988, do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), com os principais cientistas do clima e representantes de governos de todo o mundo. Em 1992, a ONU aprovou no Rio a Convenção sobre Mudanças Climáticas, que levou ao Protocolo de Kyoto, o mais ambicioso tratado ambiental.

A primeira meta do Protocolo (2008-2012) é uma redução média de 5,2% em relação às emissões de gases de efeito estufa em 1990, para países desenvolvidos. Mas isso é pouco. Cientistas consideram que a redução tem que ser de 50% das emissões globais até 2050, para que o aumento de temperatura da Terra não ultrapasse o limite de 2º C, considerado o ponto de colapso do clima.

Assim, é fundamental que o Protocolo de Kyoto seja fortalecido. Os países desenvolvidos têm que cortar suas emissões drasticamente e
países em desenvolvimento, como o Brasil, têm que crescer combatendo seu desmatamento e promovendo o uso de energias limpas.

ASPECTOS E INFLUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO BRASIL

DESERTIFICAÇÃO

Desertificação na caatinga começa com a destruição da caatinga, o mau uso dos recursos hídricos e a degradação do solo. As mudanças climáticas podem agravar o problema, tornando as áreas semi-áridas em zonas áridas, com raras chuvas. Os estados do semi-árido brasileiro, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe são vulneráveis a este processo.
Mais de 31 milhões de brasileiros vivem em áreas sujeitas à desertificação, em 1,3 milhão de km2. Na Paraíba, 70% do território, onde vivem 1,66 milhão de pessoas, já sofre com o problema. No Rio Grande do Norte, 97,5 % do território é vulnerável à desertificação.

ESTIAGENS

Em 2006, 195 municípios entraram em estado de emergência devido à forte estiagem. Entre 2004 e 2006, o estado acumulou prejuízos de mais de R$ 1 bilhão na agricultura. A seca de 2006 foi a pior em mais de 70 anos no estado do Paraná, com perdas de mais de 30% na safra agrícola. A falta de chuva provocou o racionamento de água na região de Curitiba, afetando mais de 1,8 milhão de pessoas. O volume de águas das Cataratas do Iguaçu, cartão-postal do Brasil, foi reduzido a cerca de 20 % do normal. Das 275 quedas d’água das Cataratas, pouco mais de 30 mantiveram fluxo constante de água no período. A visitação ao Parque Nacional do Iguaçu teve uma queda considerável.

INFLUÊNCIA NA AGRICULTURA

Com as mudanças climáticas como aumento da temperatura e mudança no ritmo das chuvas, a agricultura no Brasil será totalmente diferente de como é feita hoje. Culturas perenes – como o café e a laranja – vão migrar para o sul, em áreas com temperaturas mais amenas. As elevadas temperaturas de verão farão com que culturas como arroz, feijão, milho e soja migrem para a região Centro-Oeste. E o aquecimento global provocará em todo o Brasil a rápida degradação de solos para a agricultura.

TEMPESTADES

Em março de 2004, o primeiro furacão já registrado no Atlântico Sul atingiu várias cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Batizado de Catarina, deixou um rastro de destruição. Onze pessoas morreram, 32 mil casas foram danificadas, 400 foram destruídas e os prejuízos ultrapassaram R$ 1 bilhão. Estudos recentes mostram que a região Sul do Brasil é a segunda mais favorável à ocorrência de tornados, uma das mais violentas perturbações atmosféricas. Entre 1996 e 2006, ocorreram mais de 40 episódios de tornados somente em Santa Catarina, causando sérios prejuízos.  Cientistas alertam que fenômenos como esses podem ser mais freqüentes em um planeta mais quente, inclusive na costa brasileira.

ALTERAÇÃO DAS CORRENTES MARITIMAS

No Rio de Janeiro, alterações na dinâmica das correntes marítimas e dos ventos mudaram a direção nas ondas na Baía de Guanabara e nas proximidades do aeroporto Santos Dumont. Um processo de erosão acentuado é observado em alguns períodos em praias como da Macumba e do Arpoador, com risco de colapso dos calçadões. Na Ponta da Joatinga, no extremo da Barra da Tijuca, desaparecem 800 metros lineares de praia por ano devido às enxurradas mais intensas. Recife perdeu 2 metros de praias em apenas 10 anos.

CHUVAS

As chuvas estão mais fortes e caindo também fora de época no Rio de Janeiro. A chegada mais freqüente de pingüins no início
do inverno nas praias do Rio é um indicador das mudanças nas correntes oceânicas. O derretimento das geleiras vai elevar o nível do mar e trazer
graves problemas às cidades do litoral brasileiro.

FURAÇÕES

O furacão Catarina que atingiu o litoral gaúcho e catarinense em 2004 e a seca na Amazônia que surpreendeu o mundo em 2005 já
mostraram que o Brasil é muito vulnerável e ainda não está preparado para enfrentar o aquecimento global. A principal medida é estancar a
destruição da Amazônia. Os desmatamentos e as queimadas fazem do país o quarto emissor de gases de efeito estufa do planeta.

AQUECIMENTO DAS ÁGUAS

O aquecimento das águas do mar –  provoca, também, o branqueamento dos corais, ecossistemas que sustentam milhares de espécies da
fauna marinha. Este fenômeno já é observado em escala global, e já houve casos no Brasil, no arquipélago de Abrolhos, na Bahia, e na costa
do litoral de São Paulo.

ALGUMAS SOLUÇÕES CONTRA AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS:

FONTES RENOVÁVEIS

A eficiência energética é uma das formas mais limpas, baratas e rápidas de diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Investindo em eficiência
energética, o Brasil poderá economizar 25% da energia que consome. O Brasil já tem 45% da sua matriz energética baseada em fontes renováveis.
Mas tem um imenso potencial eólico e solar que precisa ser explorado. Pequenas centrais hidrelétricas sem barramento e o biogás
gerado nos aterros sanitários e nas estações de tratamento de esgotos são também alternativas importantes para a geração de energia no país.

As grandes hidrelétricas inundam imensas áreas de florestas, emitem grandes quantidades de metano para a atmosfera e expulsam
comunidades inteiras de suas áreas tradicionais. As usinas a carvão mineral causam grande impacto ecológico e são grandes fontes de CO2.
A energia nuclear também deve ser banida, pois ela é suja, cara, perigosa e ultrapassada. Estas não são soluções para o Brasil.

Nas grandes cidades brasileiras, a queima de combustíveis fósseis provoca sérios danos à saúde e contribui para o aquecimento global.
Combustíveis de transição, como o álcool e o biodiesel, devem ser amplamente utilizados. Mas a expansão dos plantios de cana de-
açúcar e de plantas oleaginosas só pode ocorrer através da recuperação de áreas degradadas, sem derrubar um hectare sequer de floresta, e com respeito aos trabalhadores e comunidades do entorno das plantações.

PRÁTICAS NO CAMPO

Práticas agrícolas sustentáveis precisam ser disseminadas entre os agricultores que já estão sofrendo as mudanças climáticas, principalmente na região Sul. Novos estudos precisam ser feitos para possíveis. A expansão da agricultura deve ocorrer através da recuperação de áreas já desmatadas e não sobre nossos biomas tão ameaçados. No semi-árido, as ações do Plano Nacional de Combate à Desertificação devem ser implementadas e integradas a uma Política Nacional de Mudanças Climáticas. A recuperação de áreas degradadas, de matas ciliares, a implementação de barragens subterrâneas e expansão do número de cisternas são fundamentais para a população da região.

O QUE VOCÊ DA CIDADE PODE FAZER

*Apóie e participe de iniciativas e ações contra
a destruição de nossas florestas.;

*Pressione governos e empresas a substituírem
a energia negativa (petróleo, nuclear e grandes
hidrelétricas) por energia positiva (solar, eólica,
pequenas hidrelétricas, biogás).

*Economize energia. Compre aparelhos mais
eficientes (classificação A) e troque as lâmpadas
incandescentes por fluorescentes. Apague luzes
desnecessárias.

*Utilize mais o transporte coletivo e a bicicleta.
Revise o seu carro periodicamente e use
combustíveis de transição, como o álcool e o biodiesel.

*Evite o desperdício de água. Em áreas sujeitas
a secas, armazene água da chuva.*Exija da sua prefeitura sistemas eficientes de
drenagem urbana, coleta e tratamento de esgotos.

*Informe-se sobre as habitações ambientalmente
corretas, que aproveitam água da chuva, usam
a energia do sol para iluminação e aquecimento,
e têm climatização natural.

*Ajude a recuperar as áreas verdes de sua cidade,
a mata ciliar na beira dos rios e nascentes, com
espécies nativas.

*Só compre móveis feitos com madeira certificada
pelo FSC e pressione a prefeitura do seu município
a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia.

Fonte: Revista “Como o aquecimento global já afeta o Brasil” –  GREENPEACE BRASIL

Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (Ministério do Meio Ambiente)

O Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), instituído em 10 de maio de 2016 por meio da Portaria nº 150, é um instrumento elaborado pelo governo federal em colaboração com a sociedade civil, setor privado e governos estaduais que tem como objetivo promover a redução da vulnerabilidade nacional as mudanças climáticas e realizar uma gestão do risco associada a esse fenômeno.

Uma estratégia de adaptação envolve a identificação da exposição do país a impactos atuais e futuros com base em projeções de clima, a identificação e análise da vulnerabilidade à esses possíveis impactos e a definição de ações e diretrizes que promovam a adaptação voltadas para cada setor.

Após 01 (um) ano de vigência do PNA, o Ministério do Meio Ambiente lança o 1º Relatório de Monitoramento e Avaliação do Plano, apresentando os avanços para o alcance de seus objetivos. (2017).

 

Fontes: Revista “Como o aquecimento global já afeta o Brasil” –  GREENPEACE BRASIL

               Site do MMA

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